ABSTRACT
A doença aterosclerótica e suas complicações trombóticas ainda permanecem como as principais causas de morbidade e mortalidade no Brasil. Embora a aterosclerose (definida como espessamento da parede arterial, com acúmulo de lipídios, macrófagos, linfócitos T, células musculares lisas, matriz extracelular, cálcio e material necrótico) seja mais prevalente, por si só raramente é fatal. O processo final comum para a transformação de uma lesão não-oclusiva, freqüentemente lesão aterosclerótica clinicamente silenciosa, em uma condição potencialmente fatal é a rotura da placa. A mortalidade associada à doença aterosclerótica relaciona-se com as síndromes coronarianas agudas, incluindo infarto agudo do miocárdio, angina instável e morte súbita cardíaca. Substanciais evidências clínicas, experimentais e "post mortem" demonstram o papel central que a trombose aguda sobreposta à rotura da placa tem como desencadeante das síndromes coronarianas agudas. Assim, o manejo terapêutico visa à redução dessas complicações trombóticas na placa aterosclerótica (como antiagregantes plaquetários, anticoagulantes e terapias trombolíticas), para diminuição da morbidade e da mortalidade. Nesta revisão, foram focalizadas as teorias atuais sobre a aterogênese e como elas interferem em nosso entendimento das síndromes coronarianas agudas.